Ioga não cura escoliose
O Projeto Escoliose tem como um de seus objetivos oferecer informação correta sobre a escoliose. Quando falamos de informação correta estamos querendo dizer que a informação seja baseada em evidências científicas de qualidade.
Estamos na era da informação, que hoje é encontrada com facilidade sobre todos os assuntos, especialmente na Internet. O problema é que não há filtros de qualidade, e se encontra de tudo.
Um dos exemplos de informação errônea, e que por conta disto poderia ter resultados negativos para o portador de escoliose, temos que em setembro de 2014, na Global Advanced in Health and Medicine, foi publicado um artigo com o titulo “Serial Case Reporting Yoga for Idiopathic and Degenerative Scoliosis”.
Em 4 de fevereiro, foi publicado no Blog do ISICO [um dos maiores centros de Tratamento conservador de Escoliose do mundo] um artigo onde são expostos os motivos que permitem confirmar o título deste post.
Tradução:
Acabou de ser publicada a nossa carta aos editores da revista que veiculou recentemente um estudo sobre a eficácia da YOGA no tratamento da escoliose, o artigo teve uma notável repercussão em diferentes meios de comunicação na Itália.
O estudo foi baseado numa amostra de pequeno número de pacientes que foram tratados com uma única posição fixa de Ioga por alguns minutos durante o dia, durante um período médio de cerca de sete meses. Os autores chegaram à conclusão de que a YOGA é eficaz no tratamento da escoliose apesar de inúmeras lacunas metodológicas na formulação e condução do trabalho.
Lemos o artigo com muito cuidado e percebemos imediatamente que os critérios pelos quais ele foi construído e conduzido não foram inteiramente razoáveis do ponto de vista da metodologia científica.
Decidimos então escrever uma carta para os editores da revista, diga-se (Global Advanced in Halth and Medicine) que havia publicado o artigo, analisando detalhadamente, ponto por ponto, todas as deficiências.
Por exemplo, eles incluíram pacientes com curvas de apenas 6° Cobb, que por definição, não pode ser considerado escoliose (na verdade deve haver pelo menos 10° de desvio lateral da coluna), além de terem levado em conta escolioses idiopáticas e provenientes de doenças degenerativas simultaneamente. Sabemos que estas pertencem a dois mundos diferentes.
Mas a deficiência mais importante encontrada no estudo é o fato que o controle de tempo dos resultados foi pouco claro, com checagens de curto e meio prazo onde foram misturados entre si, e, em seguida, não receberam feedback no final do crescimento, aspecto essencial se levarmos em conta a escoliose idiopática do adolescente.
Nossa carta foi aceita pelo editor e apenas alguns dias atrás tivemos a confirmação da sua publicação no jornal. É importante notar que os próprios autores do estudo publicaram resposta à nossa carta, em que admitem todas as limitações do estudo destacadas por nós, prometendo a realização de futuros estudos mais precisos a partir do ponto de vista científico. Eles concluem que da parte deles o objetivo era apenas uma “tentativa de promover futuros estudos mais aprofundados mas que não dá nenhuma evidência da YOGA no tratamento da escoliose”.
De acordo com a evidência científica existente, dentro do tratamento conservador da escoliose, exercícios fisioterapêuticos específicos devem ser usados como primeiro passo terapêutico, em casos de escolioses suaves e não agressivas. O objetivo é impedir ou limitar a progressão da curva na puberdade, prevenir problemas respiratórios e possível dor vertebral assim como melhorar a estética do paciente. Os exercícios são baseados fundamentalmente na noção da auto-correção que o paciente aprende, e são especificamente criados para contrariar as deformidades nos três planos do espaço que acometem a coluna.
Diante do exposto, advém uma outra caraterística fundamental dos exercícios: a de serem “recomendados” especificamente para cada paciente, pois a escoliose é um “mundo à parte” e deve ser tratada com planos fisioterápicos e de forma individual. Finalmente, uma outra caraterística importante: devem ser colocados num contexto de atividades da vida diária.
A IOGA ao contrário, não teve provada cientificamente sua eficácia no tratamento conservador da escoliose. A IOGA é parte do grupo de técnicas alternativas do movimento alternativo que em alguns casos, especialmente nos Estados Unidos, também são usados com técnicas para o tratamento de problemas de saúde. E consiste em exercícios ou posições repetidas, que não incluem absolutamente a auto-correção e não são desenvolvidos especificamente para cada paciente. O único objetivo comum, é aumentar o efeito da estabilização do exercício, mas isso ainda precisa ser comprovado em termos científicos.
Tradução autorizada do Blog ISICO em Italiano.
Não se pode afirmar nada sem provas científicas, inclusive que a escoliose não pode ser curada através do ioga. Parece que o site(ou o autor do texto) cometeu o erro que usara como argumento.
Quais são as evidências científicas que o ioga não cura a escoliose?
No ambiente científico não se perde tempo provando ou querendo provar que determinada atitude NÃO FUNCIONA. A ciência procura comprovar e evidenciar o que serve; até hoje nenhum estudo de qualidade que possa ser levado a sério, comprovou a eficácia da Ioga no tratamento da escoliose. Cremos que a pergunta do leitor deva ser direcionada a quem defenda a tese de que Ioga cura a escoliose.
O próprio trabalho cientifico em que se baseia o texto evidenciou que a Ioga não trata a escoliose pela sua baixíssima qualidade.
No entanto há sim evidência científica que posturas de Ioga, como consequência a Ioga em si, promovem o agravamento da escoliose, pois estas evidências são irrefutáveis até o presente momento. Como o desconhecimento sobre a escoliose idiopática é geral, fica muito difícil querermos explanar aqui estes resultados. Para facilitar a compreensão do leitor, recomendamos se aprofundar sobre o que seja o RASO- Relative Anterior Spinal Over-Growth que basicamente consiste no crescimento acelerado de uma região da vértebra promovido pela extensão da coluna de paciente com escoliose idiopática do adolescente. Inclusive este fenômeno é considerado um dos fatores de agravamento da escoliose. Não são as bandeiras levantadas que promovem o saber, o conhecimento profundo da doença é que permite seu tratamento adequado. Isto tudo está além de métodos, técnicas ou atividades.