A escoliose e a sua Tridimensionalidade?
Sim!
Dimensão, em matemática, tem a ver com a noção de grau de liberdade. Transportá-la para o ser humano, nos leva ao movimento, que, para nós fisioterapeutas, é sinônimo de função, do nosso principal objetivo, restabelecer total ou parcialmente a função perdida.
Você se lembra das dimensões? Largura, altura e profundidade?
No ser humano as dimensões se relacionam com os tres planos de movimento, e cada um deles orienta movimentos específicos no espaço.
O maior problema para a percepção da complexidade que cerca a escoliose é sua imagem na radiografia. Podemos ser enganados devido as duas dimensões (altura e largura no RX); vemos um grande C ou um S, o que nos leva a imaginar que a coluna se deslocou apenas lateralmente.
Esse é um grande engano… e pior, um engano comum, pois na biomecânica da coluna vertebral quando há um deslocamento lateral é porque ela já rodou. Para uma vértebra se deslocar lateralmente ela precisa girar.
A rotação vertebral tem relação com o terceiro plano, o horizontal ou a 3ª dimensão que infelizmente é muitas vezes ignorada.
Essa ideia errônea e limitada levou a anos de abordagens inadequadas, e por conseguinte ao descrédito dos médicos a respeito da contribuição do tratamento fisioterápico na escoliose.
Voltemos então aos planos da escoliose e sua tridimencionalidade:
- ao olharmos uma pessoa de lado – plano sagital – podemos perceber se há curvas em excesso (hiper-cifose, hiper-lordose), ou ainda a falta delas (costas planas);
- de frente ou de costas – plano frontal ou coronal – podemos perceber se há deslocamentos laterais (escoliose);
- mas uma outra visão que seria de cima para baixo – plano transversal – nos permitiria observar a presença de rotação – ombro ou quadril mais anterior que o outro e da coluna vertebral que é a escoliose.
Hoje há um exame denominado ressonância nuclear magnética em 3D, ou seja, em 3 dimensões que nos dá uma ideia clara sobre o que vemos. Também temos o exame radilógico EOS. Porém esste exames não estão a disposição de todos devido a seu alto custo.
No tratamento fisioterápico da escoliose, com a utilização ou não de colete ortopédico, é indispensável a noção de tridimensionalidade.
O fisioterapeuta deve montar seu plano de tratamento com exercícios baseados na tridimensionalidade e o paciente tem que ter a consciência de que sua alteração postural ocorre nos três planos do espaço.
Resumindo: a escoliose e a sua tridimensionalidade não é assunto recente mas, por vários motivos, ainda é ignorada por muitos.
Vamos então na direção de sua compreensão e utilização, o que nos permitirá alcançar os resultados que almejamos.
Extraido do Blog pessoal da Dra. Patricia Italo Mentges – Fisioterapia para seu bem estar
Somente o Instituto de Escoliose oferece no Brasil o colete 3D Rigo -Cheneau NYRC em conjunto com o Método Schroth no mesmo lugar.
Em 01/03/2013 publicávamos este artigo, veja há quanto tempo estamos nesta luta pela conscientização correta da escoliose.
Atualizado em 02/02/21