Cadeira para escoliose: piora a curva e pode ser perigosa
Cadeira para escoliose inventada por quiropráticos é ineficiente e perigosa.
Um estudo realizado por quiropráticos americanos com a finalidade de investigar a eficiência de sua cadeira para escoliose foi publicado no “Clinics and Practice, An International Journal of Medical Case Reports” assinado por Clayton J. Stitzel, Brian Dovorany , Mark W. Morningstar, Aatif Siddiqui. Os quatro autores são Private practice of chiropractic medicine.
Um dos autores é co-criador da referida cadeira.
O trabalho acabou não apenas demonstrando a ineficácia da cadeira como constatou-se um aumento significativo das escolioses dos pacientes.
O estudo descreve o efeito biomecânico em um grupo de pacientes que usaram a cadeira para escoliose como parte de um programa de reabilitação. Destes pacientes, os que apresentavam maior rotação apical não obtiveram mudança significativa após seis meses. Enquanto uma outra parcela de pacientes pioraram a rotação e viram suas curvas aumentarem estatisticamente numa progressão significativa de 15º Cobb.
Tanto os pacientes com vértebra ápice acima de T11 como os com vértebra ápice abaixo de T11 apresentaram aumento da rotação.
Baseados neste dados foi concluído que mais estudos e investigações deveriam ser plenamente realizados antes de se tentarem incursões “terapêuticas” como a cadeira para escoliose. Protocolos deveriam ter sido estabelecidos para verificar como predizer algum beneficio ao usar a cadeira de tração.
Assim como para outras ações ditas “terapêuticas”, cabe aos profissionais envolvidos levarem em consideração que muitas vezes suas ações poderão promover prejuízo a seus pacientes.
Toda ação dos profissionais envolvidos no tratamento da escoliose deve estar pautada em evidências científicas para não incorrer em prejuízo a seus pacientes.
Então, tome cuidado quando são oferecidos tratamentos miraculosos para escoliose, desprovidos de evidência científica, e que não fazem parte de recomendações de organismos como SRS ou SOSORT.
Foto: internet
Colaboração: Dra. Alessandra Amorim – Fisioterapeuta
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