Ângulo de Cobb – é uma sina?

Ângulo de Cobb – é uma sina, uma condenação, um destino inevitável, uma previsão de futuro?

O ângulo de Cobb é uma técnica de medição, considerado o standard “Gold” para o diagnóstico da escoliose e é expresso em graus no exame radiográfico da coluna vertebral. Foi descrito pela primeira vez em 1948 pelo Dr. John R Cobb, médico ortopedista norte americano.

O ângulo de Cobb é a técnica mais adotada para quantificar a magnitude das deformidades da coluna vertebral, especialmente no caso da escoliose, nos exames radiograficos. A escoliose é diagnosticada quando se tem uma curvatura de igual ou superior a 10º Cobb.

Mas ele por si só representa uma previsão exata do que acontecerá?

Os números, os graus devem ser vistos como a única informação a respeito da escoliose?

Absolutamente NÃO!

Os graus Cobb determinam se uma escoliose é leve, moderada ou grave mas devem ser acompanhados, necessária e obrigatoriamente, por outros componentes de avaliação. No exame radiográfico temos, por exemplo, pelo menos mais três importantes fatores a serem levados em consideração.
E mais, na avaliação clínica teremos pelo menos mais uma dezena de informações fundamentais que somadas à idade, gênero, historia familiar para nos dar uma ideia mais ampla do quadro e da fase em que a escoliose se encontra.

Sempre importante lembrar que diante de uma escoliose idiopática (cuja causa não é conhecida) todo cuidado é pouco, principalmente a juvenil e a do adolescente.

Também temos que pontuar mais uma vez que a escoliose idiopática é estruturada, não é funcional ou postural que compõe junto a todas as outras formas de escoliose (congênita, neurológica, sindrômica, tumoral, etc) 20% das escolioses.

Ou seja, a grande maioria das escolioses é idiopática, cerca de 80%, e destas a maior parte é a do adolescente.

Chegamos então a um ponto: Duas escolioses com Graus Cobb semelhantes podem desenvolver de formas absolutamente diversas.
Se forem de origens diversas com certeza, mas mesmo sendo duas escolioses idiopáticas do adolescente também teremos respostas diferentes devido a muitos fatores.

Se vocês seguem nossas postagens vão encontrar uma grande gama de informações a respeito desta que é uma das patologias que mais desafia os profissionais que lidam com ela. Sua etiopatogenia multifatorial associada aos fatores descritos acima corroboram com a complexidade da escoliose idiopática do adolescente e exigem capacitação, constante aprimoramento e extrema dedicação.
Um dos grandes mestres desta área, o Dr Manuel Rigo afirma que a escoliose deve ser uma especialidade, uma vez que exige um conhecimento específico, vasto e complexo.

E há uma série de limitações reconhecidas do ângulo de Cobb, devendo-se ter cuidado ao assumir que as medidas sequenciais estão corretas quando pouca mudança é evidente. Algumas limitações reconhecidas incluem:

-Variação intraobservador e interobservador (variação de pelo menos 5-10 °)
-Rotação: Pacientes com pequena rotação podem apresentar entre os exames alterações significativas de suas medidas (pode ser tão alta como variação de 20 °); Deve ser obtido um posicionamento consistente e cuidadoso
-Variação diurna: no mesmo paciente, no mesmo dia, a curvatura aumenta durante o dia (variação de ~ 5 °) Realizar o exame no mesmo horário é fundamental.

De um modo geral, o importante é associar os graus Cobb a todos os dados adquiridos em uma avaliação bem minuciosa.

Então: O ângulo Cobb deve ser visto como uma bola de cristal?

ABSOLUTAMENTE NÃO!

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